A REVOLUÇÃO FRANCESA E O IMPÉRIO NAPOLEÔNICO

18/08/2015 14:30
Revolução FrancesaA crise do absolutismo francês
Na França, a rígida organização social do Antigo Regime (clero, nobreza e povo) passou a ser contestada pelos iluministas.
A crítica ao Antigo Regime tinha como alvo principal o poder absolutista. O iluminismo foi um movimento global, ou seja, filosófico, político, social, econômico e cultural, que defendia o uso da razão como o melhor caminho para se alcançar a liberdade, a autonomia e a emancipação. O centro das idéias e pensadores Iluministas foi a cidade de Paris. Os iluministas defendiam a criação de escolas para que o povo fosse educado e a liberdade religiosa.
A crise do absolutismo francês
Na década de 1780, o Antigo Regime entrou em colapso na França pelas seguintes razões principais:
•Econômicas → problemas financeiros do Estado, que gastava mais do que arrecadava; crise da produção manufatureira; crise agrícola.
•Sociais → as aspirações sociais e políticas da burguesia e a crítica aos privilégios do clero e da nobreza.
•Políticas → conflitos entre o rei e o Parlamento, principalmente pela tentativa de reforma fiscal promovida por Luís XVI (16) → submetia todos os proprietários, nobres e burgueses ao pagamento de impostos.
A queda da Bastilha e a Assembleia Nacional Constituinte
Maio de 1789 → os conflitos entre o rei e o Parlamento obrigaram Luís XVI (16) rei da França a convocar os Estados Gerais → assembleia de representantes dos três estados.
O desacordo sobre o processo de votação e a pressão do rei levaram os representantes do Terceiro Estado e alguns dissidentes a formar uma Assembleia Nacional Constituinte.
A população de Paris apoiou o movimento. Em 14 de julho de 1789 tomaram a Bastilha → marco fundamental da Revolução Francesa.
A queda da Bastilha e a Assembleia Nacional Constituinte
A Bastilha era uma fortaleza situada em Paris, capital da França. Começou a ser construída no ano de 1370, durante o reinado de Carlos V. Foi concluída, doze anos depois, em 1382. Tornou-se um símbolo do absolutismo francês, sendo que vários intelectuais e políticos foram presos em seus cárceres. Entre os prisioneiros mais famosos, podemos citar: Bassompierre, Foucquet, o homem da máscara de ferro, duque de O’rleans, Voltaire, Latude entre outros.
Durante a Revolução Francesa (1789) foi atacada e tomada pelos revolucionários, em 14 de julho. Os presos políticos foram libertados. A Queda da Bastilha tornou-se um marco e símbolo da queda da monarquia francesa. Inclusive, o 14 de julho foi escolhido pelos franceses como feriado nacional e data de celebração da Revolução Francesa.
Resoluções da Assembleia Nacional Constituinte
Fim dos direitos feudais
Aprovação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
Confisco dos bens da Igreja
Aprovação da Constituição de 1791
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) 
Propriedade
Igualdade
Liberdade
Segurança
A educação é direito de todos
A soberania reside no povo
O povo tem direito à revolta
A queda da monarquia e a Convenção Nacional
O avanço da revolução
Mudanças propostas pela Constituição de 1791 que não agradavam as camadas populares
+
Crise econômica (processo inflacionário)
+
Tentativa de fuga do rei para a Áustria
+
Conflitos contra potências estrangeiras (“pátria em perigo”)
Queda da Monarquia Constitucional (setembro de 1792)
Instalação do governo republicano: Convenção Nacional
Alta burguesia (girondinos)
Pequena burguesia (jacobinos)
 
A Convenção Nacional
Os jacobinos assumiram o poder e, com apoio dos sans-culottes, promoveram:
•A criação do Comitê de Salvação Pública.
•O tabelamento de preços.
•A educação primária pública.
•O sufrágio universal masculino.
•O direito à greve.
 
Do Terror ao Diretório
Fase do Terror (setembro de 1793–julho de 1794)
Junho de 1793:
Robespierre, principal líder jacobino, assume governo, que estava à beira do colapso (conflitos externos e revoltas internas)
O líder opta por um regime de exceção, que perseguiu e assassinou grupos inimigos
Reação Termidoriana:
Robespierre perde apoio de todos e é executado (junho de 1794)
Napoleão Bonaparte assume o poder: Golpe do 18 de Brumário (novembro de 1799)
 
O Diretório (1795-1799) = 
Alta burguesia
+
Forças armadas
Regime que procurou consolidar as conquistas burguesas e enfrentar os inimigos externos e internos
Nas campanhas externas destacou-se o exército de Napoleão Bonaparte
 
O Império Napoleônico e o Congresso de Viena
A consolidação das conquistas burguesas
O Golpe do 18 de Brumário levou Napoleão Bonaparte ao poder em 1799 → era o fim dos conflitos revolucionários e a consolidação do poder burguês na França.
1802: Bonaparte se tornou cônsul vitalício.
1804: Napoleão se autocoroou imperador da França.
Como governante, Napoleão promoveu a criação do Código Civil, reformou o sistema tributário e o educacional, estabeleceu acordos com a Igreja Católica e realizou diversas obras públicas.
Na política externa, Napoleão procurou expandir o regime e os domínios franceses pela Europa por meio da guerra (1805-1809).
 
O Bloqueio Continental
 
A expansão pelo continente europeu foi bem-sucedida, mas Napoleão perdeu para a Grã-Bretanha a Batalha de Trafalgar (1805).
Batalha de Trafalgar foi uma batalha naval que ocorreu entre a França e Espanha contra o Reino Unido, em 21 de outubro de 1805, na era napoleônica,
Em 1806 impôs então o Bloqueio Continental, embargo econômico às ilhas Britânicas. A medida, porém, não surtiu o efeito desejado, e muitas regiões se rebelaram contra o domínio francês.
A Rússia rompe o Bloqueio → é invadida em 1812 pelo gigantesco exército de Napoleão.
A Rússia resiste ao ataque francês → as tropas francesas são derrotadas.
 
A queda do Império Napoleônico
Além da derrota na Rússia, podemos enumerar outros fatores decisivos para a queda de Napoleão Bonaparte:
•Napoleão traiu princípios revolucionários ao instituir a nobreza imperial.
•A tentativa fracassada de estabilizar as regiões dominadas.
•Colheitas ruins provocaram escassez de alimentos na França.
•As derrotas militares enfraqueceram o mito napoleônico.
Uma aliança liderada pela Grã-Bretanha venceu a França na Batalha de Leipzig (1813) → Napoleão renunciou, mas voltou em 1815. Governou por mais cem dias e foi definitivamente derrotado na Batalha de Waterloo, na Bélgica.
 
O Congresso de Viena e o novo equilíbrio europeu
Congresso de Viena (1814-1815) → reunião de lideranças das principais potências europeias para redefinir o mapa europeu e reorganizar o poder nos Estados após as Guerras Napoleônicas.
Os líderes de Áustria, Rússia, Prússia e Inglaterra definiram dois princípios básicos para a tomada de decisões:
•Legitimidade → as dinastias reinantes antes da Revolução Francesa deveriam ser reconduzidas ao poder.
•Equilíbrio de poder → as potências vencedoras tinham o direito de manter territórios conquistados na Europa e obter outros fora dela como recompensa pelo esforço de guerra.
 
O Congresso de Viena e o novo equilíbrio europeu
No congresso, Rússia, Prússia e Áustria formaram a Santa Aliança → pacto conservador → combater os movimentos liberais na Europa.
As medidas tomadas em Viena beneficiaram principalmente a Inglaterra, que passou a exercer a hegemonia mundial de forma incontestável.
 
Resumo geral das batalhas de Napoleão Bonaparte.
*1769 + 1821
 
 
O império de Napoleão
 
Durante 15 anos, o general francês tentou controlar todos os países vizinhos
 
 
Perguntaram certa vez ao duque de Wellington quem era o melhor general de sua época. A resposta? "Nesta era, em eras passadas, em qualquer era, Napoleão". Vinda do britânico que coordenou a destruição definitiva do exército napoleônico na batalha de Waterloo, o elogio não poderia ser maior. De fato, poucos líderes militares venceram tantas batalhas quanto o oficial baixinho que nasceu na ilha italiana da Córsega e se transformou no imperador da França.
 
Os triunfos de Bonaparte foram provocados, em parte, pela Revolução Francesa de 1789. Ao contrário dos exércitos aristocráticos do passado, os soldados da nova França eram recrutados do povo às centenas de milhares. Napoleão conseguiu transformar esses soldados em eficientes máquinas de guerra, realizando manobras rápidas e usando armas leves e letais. O resultado foi uma onda de conquistas que só acabou com o fracasso da invasão da Rússia, no inverno de 1812.
 
A Europa sou eu
 
1. Primeiras vitórias
 
Anos: 1796-1797
 
Conquista: Com 28 anos, Bonaparte liderou as forças de invasão da Itália, dominada principalmente pelos austríacos. Conseguiu uma série impressionante de vitórias, que forçaram a Áustria a ceder suas terras nos Países Baixos. E o norte da Itália se dividiu em repúblicas pró-França.
 
2. Temporada no egito
 
Anos: 1798-1801
 
Conquista: A fim de reagir à ameaça dos britânicos, Napoleão resolveu ocupar o Egito para reforçar seu poderio naval. Partiu para Alexandria, onde venceu as forças otomanas. Mas o bloqueio marítimo inglês no Mediterrâneo inviabilizou a ocupação, e os franceses abandonaran o país.
 
3. Itália dominada
 
Anos: 1800-1802
 
Conquista: Ao saber da situação política instável em Paris, o general foi do Egito à França e tomou o poder. Logo depois, voltou a atacar a Itália. No caminho, venceu a Áustria na Batalha de Marengo. Com isso, na prática, anexou os reinos do norte da península. Nos anos seguintes, ele controlaria toda a Itália.
 
4. A Alemanha se dobra
 
Ano: 1806
 
Conquista: Depois da derrota por mar para os ingleses em Trafalgar e da vitória em Austerlitz, Napoleão volta ao ataque por terra. Derrota duas coalizões de monarquias europeias e traz para seu lado uma série de territórios da atual Alemanha.
 
5. No topo do mundo
 
Anos: 1812
 
Conquistas: Dominadas a Itália e a Alemanha, tudo fica muito rápido. O imperador austríaco cede a mão de sua filha a Napoleão. Espanha e Portugal são conquistados em batalhas históricas, como a de La Coruña. Partes da atual Polônia ficam sob controle francês e Dinamarca e Noruega viram estados vassalos.
 
6. A queda
 
Anos: 1813-1815
 
Conquistas: O poder francês nunca mais seria o mesmo após a invasão desastrada da Rússia. Exilado em 1814, Napoleão ainda retomaria o poder antes da derrota final, em Waterloo, em 1815. Ao fim de sua carreira, o território francês era menor que o de 1789.
 
Nepotismo imperial
O imperador deu vários cargos para familiares
 
Você conquistou meia Europa e precisa garantir a segurança de seus territórios. O que faz? Dá cargos para parentes, é claro. Nessa política, Napoleão daria inveja a muito político brasileiro. Bonapartes ocuparam vários tronos no começo do século 19. Para ficar entre os irmãos: Luís virou rei da Holanda; José reinou sobre Nápoles e a Espanha; Jerônimo ocupou o trono de Vestfália (hoje parte da Alemanha) e Elisa tornou-se Grã-Duquesa da Toscana (na Itália).
 
Multidão em armas
Batalhas napoleônicas envolviam milhares
 
Enquanto Napoleão dominou a Europa, as mortes ligadas a guerras dispararam. Calcula-se que o total de falecidos nos conflitos napoleônicos, entre civis e militares, fique entre 3,5 milhões e 6,5 milhões. Esses números têm relação direta com os exércitos gigantescos do francês. Só para invadir a Rússia, ele reuniu 650 mil homens - um terço dessa força lutou em Borodino. Na maior vitória e na maior derrota, respectivamente em Austerlitz e em Waterloo, eram cerca de 70 mil homens reunidos.